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Só o empreendedorismo, inovação e a tecnologia podem transformar resíduos em produtos

A ONU em 2015 introduziu a Agenda 2030, comprometendo-se a realizar um conjunto de regras de 17 objetivos abrangentes, conhecidos como ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), eles servem como uma visão em comum para orientar os principais tomadores de decisões na abordagem dos desafios sociais e ambientais.

Um estudo feito pelo fórum econômico mundial mostrou que 74% dos cidadãos do planeta já ouviram falar dos ODS. As empresas têm se tornado fundamentais para o cumprimento desses objetivos, visto que algumas estão incluindo os ODS em seu marketing e suas atividades de negócios, tendo capital como pilar, reforçando o argumento de que a única maneira das pessoas cooperarem voluntariamente é a através da economia de mercado.

Desenvolvimento econômico e preservação ambiental pareciam ser ideias distintas e era difícil entender como elas andariam juntas, só que na verdade, “O que determina o destino de uma teoria na ciência social é o contágio, não sua validade.” (TALEB, A lógica do cisne negro) Ou seja, algumas ideias e teorias são iguais aquelas músicas que nem sempre são boas, mas viralizaram. E nesse caso, crescer sustentavelmente está na boca da galera, mesmo alguns não sabendo como fazer isso na prática.

A força do mercado é incrível, do mesmo modo que ele usou energias extraídas de recursos naturais para tirar pessoas, famílias e sociedades da pobreza, para atender a demanda de décadas anteriores, hoje, ele é fundamental para potencializar energias renováveis ainda mais competitivas e para acelerar a transição para uma sociedade neutra em carbono.

Já no gerenciamento de resíduos sólidos alguns acham que devemos padronizar e aplicar métodos usados em países desenvolvidos, separando o meio ambiente do aspecto econômico. Na verdade, em países emergentes o método econômico deve ser intensificado, não deixado de lado!
“A economia não trata de dinheiro, mas de escassez e escolhas.” (HEIDRICH, art. Insustentabilidade ambiental) O gerenciamento de resíduos sólidos tem que ser adotado de acordo com a especificidade local, tendo as informações necessárias, analisando o nível de conscientização ambiental e se aprofundando mais nas diferentes realidades socioeconômicas, geográficas, culturais, e principalmente, políticas.

O Brasil ainda caminha a passos curtos, tendo em vista que o país produz cerca de 80 milhões de toneladas de lixo todos os anos e 50% disso ainda vai para locais de despejo inadequados. Ou seja, estamos ainda lutando para o descarte correto dos resíduos. O potencial do mercado é enorme e a contribuição ambiental que o setor privado pode dar com a destinação adequada e a valoração desses resíduos, pode ser ainda maior através do empreendedorismo, da inovação e da tecnologia. Pessoas realizadoras, capazes de produzir novas ideias com criatividade, elas sim, podem mudar esse cenário que consequentemente terá a força do mercado, para transformar esses resíduos em produtos.

 

Por Bruno Bosi

 

 

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